DETALHES
Género | Corridas |
Criador | Criterion Studios |
Editor | Electronic Arts |
Homepage | http://hotpursuit.needforspeed.com/ |
Data de Lançamento | Novembro 19, 2010 |
Classificação |
A cultura automóvel está bem incrustada na sociedade portuguesa. O sucesso que os jogos do género têm no nosso país acaba por ser um espelho disso mesmo. Na Xbox 360, com a simulação entregue a Forza Motorsport, existem outras opções que abrangem uma vertente menos exigente em termos de jogabilidade, residindo os melhores exemplos em propostas como Burnout e Need for Speed. Ora, numa tentativa de, mais uma vez, tentar revitalizar a série Need for Speed, Hot Pursuit é o que resulta de um embate mortífero entre os bólides das duas séries anteriormente mencionadas. Resultado? Condução a velocidade estonteantes, em carros exóticos, polvilhada com as perseguições policiais provenientes dos anteriores Hot Pursuit. Responsáveis? Criterion Games. É preciso dizer mais?
A premissa de Hot Pursuit é simples: Seacrest County é um lugar onde as estradas parecem saídas de um episódio de Top Gear, onde há atalhos a cada curva, e onde veículos que não atinjam os 250 km/h são “carroças”. Nesse sentido, Pagani, Lamborghini, Bentley, Bugatti, Porsche e Mercedes são apenas algumas das marcas, nas quais, se pode perseguir, ou ser perseguido. Ora, no mapa de Seacrest County existem eventos que convidam o jogador a assumir a pele de um fugitivo, ou de um polícia, e conforme for passando esses mesmos eventos, novos vão sendo desbloqueados, tudo assente num esquema de progressão com base em dois níveis distintos: Rank (polícia), ou Wanted Level (fugitivo). Destruir os veículos dos oponentes, conduzir no lado errado da estrada, derrapar nas curvas, e utilizar turbos a toda a hora são características saídas de Burnout Paradise e que, neste jogo, terão de ser aplicadas para que qualquer um consiga subir de nível. A experiência tem o nome de Bounty e, para além do que já foi mencionado, chegar ao final de cada corrida, no primeiro lugar, é um excelente passo para, mais rapidamente, se evoluir de nível.
Novos carros, novas secções do mapa, e auxiliares para derrotar a concorrência, são exemplos de conteúdo desbloqueado à medida que a carreira progride. Os polícias têm à sua disposição tiras de pregos, apoio aéreo (dado por helicópteros), EMP (aparelhos que, através de uma descarga electromagnética, inutilizam o sistema eléctrico dos veículos alvo), e ainda bloqueios de estrada através de vários carros patrulha. Os fugitivos, por seu lado, têm as tiras de pregos, os EMP, uma barra de turbo extra (todos os veículos têm um normal boost), e um aparelho designado de Jammer que, quando activo (durante um curto período de tempo), interfere nas comunicações entre polícias, e denuncia todos os bloqueios de estrada que estiverem a ocorrer no momento. Convém ainda mencionar que todos esses auxiliares são, também eles, melhoráveis, oferecendo vários patamares de eficácia. Enfim, inúmeros eventos que acabam por ser a garantia de dezenas de horas de diversão, e isto apenas no modo solitário.
Agora que já ficaram com uma ideia de como é a campanha de Hot Pursuit, importa dissecar a jogabilidade. Como decerto já adivinharam, esta proposta da Criterion não é, nem pretende ser, um simulador automóvel. Ainda assim, o pulso dos vários veículos não bate sempre da mesma maneira. É que se existem alguns com um controlo tão leve como o já conhecido em Burnout, outros existem que são verdadeiros monos sempre que chegam às curvas. É bom que haja diferenças na jogabilidade, contudo, os carros mais pesados transformam alguns eventos em verdadeiros calvários, sobretudo se o objectivo for a medalha de ouro. Mesmo com recurso a derrapagens, a atalhos, e a vários outros métodos de condução, a frustração é frequente por força das várias vezes em que a jogabilidade atira o veículo contra as barreiras de protecção, fazendo com que o jogador perca segundos preciosos.
Retornando à enorme quantidade de eventos, um problema que decorre desse facto é a tendência, inevitável, de os mesmo se repetirem por várias vezes ao longo da campanha, o que aborrecerá os menos pacientes. Felizmente, sempre que isso estiver para acontecer, existe o Autolog. Autolog é o centro nevrálgico da componente online de Need for Speed: Hot Pursuit. Funcionando quase como uma rede social dentro do jogo, este é o local onde qualquer jogador tem acesso às fotografias tiradas e enviadas para os servidores da EA, onde pode ver e deixar mensagens aos amigos, através da secção designada como Wall, ao mesmo tempo que conhece as recomendações que o próprio serviço tem para toda a comunidade. Finalmente, conhecer o melhor tempo de um amigo, num determinado traçado, e aceder directamente a esse mesmo traçado de modo a ultrapassar esse tempo, é mais uma das funcionalidades disponíveis, além das usuais notícias e Loja Need for Speed.
O multiplayer de Hot Pursuit é composto por vários modos, e à semelhança da carreira a solo, também aqui é possível jogar como polícia, ou como fugitivo, nomeadamente no modo Hot Pursuit, em que os fugitivos têm de chegar à linha da meta antes de os polícias lhes destruam o veículo. Relembro que neste modo ninguém joga sozinho, ou seja, tudo é feito por equipas, pelo que o uso dos auxiliares é crucial para que determinada equipa saia vencedora. Para quem não gosta muito de jogar em conjunto com outros jogadores, o modo Interceptor permite fazer corridas de um contra um, sendo que um é o polícia e o outro é o fugitivo. Para quem quiser provas mais tradicionais, existem sempre a possibilidade de oito jogadores competirem entre si, em corridas ponto a ponto. Uma boa notícia surge na forma de uma completa integração da componente online com a carreira, sendo possível subir os vários níveis da campanha através dos resultados obtidos no multiplayer.
Tecnicamente, Hot Pursuit não desilude. Apesar da grande extensão do mapa de jogo, a Criterion conseguiu dar vivacidade aos cenários, com ambientes detalhados e modelos de veículos fiéis às máquinas que, habitualmente, se vêem nas revistas da especialidade. No campo sonoro, à semelhança daquilo que se passa no grafismo, os motores roncam com veracidade, ao mesmo tempo que as sirenes e os vários embates colocam a confusão rodoviária em qualquer sala de estar. A banda sonora surge a cargo de nomes como Bad Religion, Klaxons, Lupe Fiasco, M.I.A. e Pendolum, e a música de boas-vindas é assinada pelos 30 Seconds to Mars, o que pode ser uma boa, ou má notícia, dependendo do gosto de cada um. Como podem constatar, várias bandas conceituadas não se importaram de ver o seu nome associado a este jogo.
Need for Speed: Hot Pursuit é uma nova abordagem na série. A Electronic Arts confiou uma marca que gera milhões a um estúdio que já vendeu outros tantos milhões e a aposta foi ganha. Quem gostar de jogos de condução numa variante mais descontraída, mas carregada de emoções, tem em Need for Speed: Hot Pursuit uma proposta que é sinónimo de diversão que a solo, ou dando uso ao excelente Autolog, não acabará tão cedo.